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Islândia perde o título de país “sem mosquitos” após descoberta inédita de insetos no território

 


Um dos últimos lugares do mundo livre de mosquitos acaba de perder esse status: pesquisadores islandeses confirmaram a presença dos primeiros exemplares desses insetos no país. O achado histórico levanta dúvidas sobre os efeitos das mudanças climáticas e o futuro do ecossistema local.

A Islândia, conhecida por suas paisagens geladas e ausência quase total de pragas, acaba de entrar para a lista de nações com mosquitos. O entomologista Matthías Alfreðsson, do Instituto de Ciências Naturais da Islândia, anunciou que três exemplares da espécie Culiseta annulata foram capturados na região de Kjósarhreppur, a cerca de 30 quilômetros de Reykjavík.

Segundo o especialista, os insetos — duas fêmeas e um macho — foram atraídos por um método simples e curioso: cordas embebidas em vinho quente e açúcar, normalmente usadas para capturar mariposas. O resultado surpreendeu os cientistas e pôs fim ao antigo status da Islândia como território “mosquito-free”.

🧬 Espécie resistente ao frio

A Culiseta annulata é uma espécie de mosquito que se adapta bem a baixas temperaturas, o que pode explicar como conseguiu sobreviver no clima islandês. Comum em várias partes da Europa e da Ásia, ela costuma hibernar em cavernas ou construções abandonadas, aguardando temperaturas mais amenas para se reproduzir.

Até então, o único registro do inseto no país havia ocorrido em um avião que pousou no aeroporto internacional de Keflavík, anos atrás — mas nunca havia sido detectado em ambiente natural.

🌍 Clima em transformação

A descoberta chega em um momento em que a Islândia aquece a um ritmo até quatro vezes mais rápido que a média global, segundo estudos recentes. Esse aquecimento pode estar criando condições favoráveis para espécies antes incapazes de sobreviver no arquipélago.

Especialistas alertam que o caso é um sinal claro do impacto das mudanças climáticas. Se mosquitos resistentes ao frio estão conseguindo se estabelecer, outras espécies — inclusive as que transmitem doenças — podem seguir o mesmo caminho nos próximos anos.

⚠️ Impactos e incertezas

Apesar da surpresa, os cientistas afirmam que a presença da Culiseta annulata não representa risco imediato à saúde pública, pois essa espécie não é conhecida por transmitir doenças como dengue, zika ou malária.

Contudo, o evento levanta preocupações ecológicas: a introdução de novos insetos pode afetar o equilíbrio natural e competir com espécies locais. “Ainda não sabemos se os mosquitos conseguirão se reproduzir e se manter no inverno islandês, mas é um alerta importante”, disse Alfreðsson em entrevista à imprensa local.

🧭 O começo de uma nova era?

O governo islandês e pesquisadores planejam monitorar a região durante a próxima primavera para verificar se há reprodução local dos mosquitos. Caso isso ocorra, a Islândia deixará oficialmente de ser um dos poucos países do planeta sem mosquitos — um título que mantinha com orgulho até agora.

Enquanto isso, o episódio serve de lembrete de que o planeta está mudando rápido — e até os lugares mais frios e isolados estão sentindo o zumbido dessas transformações.

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